A campanha política em Alto Piquiri, gerou controvérsia e indignação entre os moradores da cidade após um discurso que, segundo familiares, desrespeitou a memória de uma moradora falecida.
O incidente envolve uma declaração de um candidato que mencionou a falecida Ogenir Lopes Zucarelli, conhecida na comunidade, em um contexto que seus familiares consideraram ofensivo e inapropriado.
A neta de Ogenir, que mora fora da cidade há alguns anos, expressou sua revolta nas redes sociais. Em sua mensagem, ela destacou que sua avó nunca teve envolvimento ou interesse em política e que o uso do nome dela em uma campanha foi feito de forma maldosa. “Minha avó está descansando, e o mínimo de respeito que as pessoas devem ter é preservar sua memória”, desabafou a neta. Ela também mencionou que o ato não apenas afetou a filha de Ogenir, mas toda a família, que ainda sente muito a perda e guarda boas lembranças da matriarca.
A indignação da família se concentra no fato de que, ao envolver o nome de Ogenir em um contexto político considerado "sujo e desestruturado", as palavras do candidato teriam violado o respeito devido à sua memória. A neta também comentou que a falta de sensibilidade do candidato, que é cristão e figura pública, causou ainda mais tristeza e repulsa.
De acordo com o Código Penal, a ofensa à memória de pessoa falecida é crime previsto no artigo 185.º, que protege o bem jurídico da honra, conforme estipulado pelo artigo 26.º da Constituição. Embora os direitos da personalidade do falecido não sejam diretamente transmitidos aos herdeiros, a ofensa pode gerar o chamado "dano moral reflexo" ou "dano em ricochete", que afeta emocionalmente os familiares.
O caso rapidamente ganhou repercussão na cidade, com diversas pessoas apoiando a família e criticando o uso de referências pessoais em discursos políticos. O descontentamento também trouxe à tona discussões sobre ética e respeito nas campanhas eleitorais, principalmente em cidades menores, onde as relações pessoais são mais próximas e sensíveis.
“Se não está preparado para respeitar as pessoas, não entre para a política”, afirmou a neta em sua manifestação. Para ela, é fundamental que os candidatos e seus apoiadores reflitam sobre suas atitudes e mantenham a integridade e o respeito acima de interesses políticos.
A família Zucarelli deixou claro que sua posição não é partidária, mas um apelo por respeito à memória de seus entes queridos. Eles pedem que o candidato responsável reflita sobre suas palavras e a dor causada e que a comunidade, como um todo, reconheça a importância de respeitar os sentimentos das famílias que ainda vivem o luto.
Este caso serve como um lembrete de que, em campanhas políticas, a ética e o respeito devem prevalecer, não apenas para evitar conflitos, mas também para manter o ambiente de disputa saudável e civilizado, respeitando os direitos e a memória de todos os cidadãos.