Nesta quinta-feira (3), faleceu Cid Moreira, aos 97 anos, em decorrência de complicações nos rins. O jornalista e apresentador estava em tratamento de diálise desde 2022, realizado em casa com a ajuda de sua esposa, Fátima Sampaio. A informação foi divulgada pela apresentadora Patrícia Poeta, no programa Encontro.
Uma voz que marcou a TV brasileira
Com uma carreira de mais de 50 anos, Cid Moreira fez história como apresentador do Jornal Nacional, programa que conduziu por 27 anos. Ele estreou na bancada em 1969, ao lado de Hilton Gomes, mas a parceria mais lembrada foi com Sérgio Chapelin, com quem trabalhou por mais de uma década. Sobre o início do JN, Cid contou que, no momento, não tinha a noção da importância daquele dia: “No dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional…’ Aí comecei a perceber a dimensão”.
Além do Jornal Nacional, Cid também foi uma presença marcante no Fantástico, especialmente pela narração de quadros como o do misterioso Mister M, que revelava os segredos por trás dos truques de mágica.
"A Voz de Deus" e sua missão
Nos anos 1990, Cid Moreira se dedicou à sua principal missão de vida: a locução de passagens bíblicas. Em 2011, ele gravou a Bíblia na íntegra em formato de audiolivros, alcançando a marca de 60 milhões de cópias vendidas em CDs. Em entrevistas, Cid revelou que essa fase era a que mais o realizava, dizendo: "Eu vivo uma fase mais gloriosa: eu invisto em mim levando a palavra de Deus sempre que posso."
Conflitos familiares e disputa judicial
Nos últimos anos, Cid enfrentou uma briga judicial com seus filhos, Roger e Rodrigo Moreira. Roger, filho adotivo, acusou o apresentador de deserdá-lo, enquanto Rodrigo alegou ter sido abandonado pelo pai. Os irmãos chegaram a protocolar uma ação de interdição contra Cid e solicitaram a prisão de Fátima, alegando maus tratos. Em resposta, Cid e Fátima gravaram um vídeo negando todas as acusações e reafirmando que estavam "ligados pelo amor".
Um legado imortal
Cid Moreira deixa uma marca profunda no jornalismo e no coração dos brasileiros, não apenas pela sua voz inconfundível, mas por seu trabalho religioso e pela sua dedicação em compartilhar a palavra de Deus. Seu nome será sempre lembrado como um dos maiores comunicadores do Brasil.