A médica Amanda Giusti Bandeira, 34, e o bebê que esperava faleceram na última sexta-feira (22) em Cascavel, oeste do Paraná, após uma rara complicação durante a gravidez. Bandeira, que estava na 24ª semana de gestação, enfrentava uma gravidez de alto risco devido à diabetes mellitus.
Na noite de sexta-feira, a médica foi levada às pressas a um hospital particular em Cascavel após passar mal. No local, foi diagnosticada com dissecção aórtica, condição grave caracterizada pela ruptura da camada interna da aorta.
Devido à rápida deterioração do quadro clínico, a equipe médica realizou uma cesárea de emergência na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar dos esforços, mãe e filho não resistiram.
“A dissecção aórtica é uma complicação extremamente rara na gravidez, especialmente nessa idade gestacional”, explicou o médico obstetra João Silva, do Hospital Universitário de Cascavel, não envolvido diretamente no caso. “O histórico de diabetes pode ter contribuído para o agravamento do quadro.”
A gravidez de Bandeira era considerada de alto risco devido à diabetes mellitus, doença crônica que afeta o processamento de açúcar no sangue.
Especialistas consultados pela reportagem ressaltam que gestantes com essa condição requerem acompanhamento médico rigoroso.
O caso chocou a comunidade médica de Toledo, onde Bandeira atuava. “Perdemos uma profissional dedicada e uma amiga querida”, lamentou Maria Oliveira, presidente da Associação Médica local.
O velório de Amanda e do bebê ocorreu na Igreja São Cristóvão, no bairro Industrial de Toledo, reunindo familiares, amigos e colegas de profissão.
A Secretaria Municipal de Saúde de Toledo emitiu nota de pesar, destacando a contribuição de Bandeira para a saúde pública local. A prefeitura estuda homenagear a médica, possivelmente nomeando uma unidade de saúde em sua memória.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 15% das gestações no Brasil são classificadas como de alto risco, demandando cuidados especiais e monitoramento constante.