O neurocirurgião Pedro Garcia Lopes, de 81 anos, foi preso em flagrante nesta segunda-feira (14), em Londrina, no norte do Paraná, suspeito de praticar o crime de importunação sexual contra uma mulher que acompanhava um paciente na Santa Casa de Londrina.
Segundo o inquérito, ao qual a RPC teve acesso, Lopes estava no hospital como visitante, acompanhando um familiar no mesmo quarto em que a vítima também se encontrava. Ele não estava em atendimento médico no momento do ocorrido, apesar de vestir um jaleco com a especialidade bordada.
De acordo com o relato da vítima, o neurocirurgião teria chamado sua atenção, puxado sua blusa e usado as pernas para impedi-la de se afastar. A mulher, acreditando inicialmente que o homem precisava de ajuda, se aproximou. Nesse momento, ele teria dito: “Gordinha gostosa, você é uma delícia, vou te pegar.” Assustada, ela afirmou que o empurrou e saiu correndo.
A Polícia Militar foi acionada e conduziu Lopes até a delegacia. Durante o depoimento, ele optou por permanecer em silêncio. O delegado Roberto Fernandes de Lima considerou que havia materialidade no delito, com depoimentos e elementos suficientes que sustentavam a versão da vítima, resultando na prisão em flagrante.
O filho do médico esteve no hospital após o ocorrido, pediu desculpas à vítima e ao seu marido, alegando que o pai estaria nos estágios iniciais de demência.
Na manhã desta terça-feira (15), após audiência de custódia, Lopes foi liberado provisoriamente, mas está proibido de se aproximar ou manter contato com a vítima.
A defesa do médico, em nota, informou que não se manifestará no momento, mas anexou ao pedido de liberdade laudos médicos que indicam um quadro de demência progressiva e irreversível.
A Irmandade da Santa Casa de Londrina (Iscal) esclareceu que o médico não faz parte do corpo clínico da instituição há mais de oito anos e que ele se encontrava no hospital apenas como acompanhante, motivo pelo qual não irá comentar o caso.
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) afirmou que o caso está sob investigação sigilosa e que poderá resultar em medidas disciplinares, incluindo a cassação do diploma, dependendo da apuração dos fatos e da avaliação sobre eventual inimputabilidade do profissional.