Uma tragédia abalou Andradina-SP na noite de terça-feira (6).
O menino José Rafael, de apenas dois anos, faleceu após receber um medicamento errado durante atendimento na unidade da Unimed de Andradina. A Polícia Civil registrou o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
De acordo com o boletim de ocorrência, a criança deu entrada no hospital por volta das 21h50 com um quadro de bronquiolite. A médica plantonista, Dra. Natália Barbato, prescreveu a administração intravenosa de Hidrocortisona como parte do tratamento.
No entanto, logo após a aplicação do medicamento, a equipe médica observou sinais graves como queda de saturação, vômito, bradicardia e parada cardiorrespiratória. Foi então constatado que a substância aplicada não era Hidrocortisona, mas Succinilcolina — um fármaco utilizado para paralisar músculos durante procedimentos de intubação e que, quando administrado de forma inadequada, pode causar graves complicações.
A equipe realizou manobras de reanimação, incluindo massagem cardíaca, intubação e administração de adrenalina, mas o óbito foi confirmado às 23h45, após todas as tentativas de reverter o quadro.
A técnica de enfermagem responsável pela aplicação do medicamento, identificada como A. P. C. S., relatou que retirou o frasco de uma caixa rotulada como Hidrocortisona, sem saber que nela estava, erroneamente, a Succinilcolina. A profissional prestou depoimento acompanhada de seu advogado e foi liberada após o pagamento de fiança no valor de R$ 4.560,00.
A Polícia Civil apreendeu os frascos das medicações e instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades. A perícia técnica não compareceu ao hospital no momento do ocorrido.
A morte de José Rafael gerou comoção na comunidade, levantando questionamentos sobre os protocolos de segurança na administração de medicamentos e o manuseio de materiais hospitalares.