Um bebê de apenas quatro meses morreu após se engasgar na manhã desta segunda-feira (19) em uma creche clandestina localizada no bairro Tatuquara, em Curitiba.
De acordo com a Polícia Civil, um casal — proprietário do imóvel onde funcionava a unidade — foi preso em flagrante.
A tragédia ocorreu por volta das 10h, quando a criança, que frequentava o local havia cerca de uma semana, foi alimentada com mamadeira e colocada para dormir de lado em uma cama de solteiro. Minutos depois, segundo depoimento à polícia, a mulher percebeu que o bebê estava com os lábios roxos.
Desesperado, o casal tentou realizar massagens cardíacas e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, quando a equipe médica chegou ao local, o bebê já estava sem vida.
Segundo o delegado Fabiano Oliveira, o local abrigava cerca de 20 crianças, mesmo sem qualquer autorização legal para atuar como instituição de ensino ou cuidado infantil. “É uma creche clandestina. Não há alvará, não há credenciamento. As condições em que essas crianças estavam sendo cuidadas serão apuradas com rigor”, afirmou.
A Polícia Civil isolou o imóvel após moradores revoltados da região tentarem incendiar a casa onde funcionava a creche. Não houve feridos, mas a situação exigiu reforço policial para conter os ânimos.
Após a constatação da irregularidade, os pais e responsáveis das demais crianças foram chamados para retirá-las do local. Aqueles que não foram localizados tiveram os filhos encaminhados ao Conselho Tutelar.
O homem e a mulher que administravam o espaço foram presos em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), além de responderem por manter estabelecimento irregular. A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias do funcionamento da creche, a regularidade dos serviços prestados e se houve negligência no caso da morte do bebê.
A morte da criança gerou comoção no bairro e reforçou o alerta das autoridades sobre os riscos de deixar menores sob cuidados de locais não regulamentados.