O paranaense Wagner da Silva Vargas, de 29 anos, natural de Santo Antônio do Sudoeste, está desaparecido desde o dia 15 de junho enquanto combatia como voluntário nas Forças Armadas da Ucrânia.
A informação foi confirmada oficialmente pela Direção-Geral da Corporação Militar ucraniana e comunicada à Embaixada do Brasil em Kiev, que notificou a família na quinta-feira (26).
Segundo familiares, colegas de batalhão já teriam confirmado extraoficialmente a morte de Wagner durante um ataque por drone, prática comum no atual estágio da guerra. O governo ucraniano segue tratando o caso como desaparecimento em combate, conforme os protocolos militares locais.
Wagner viveu em Santo Antônio do Sudoeste até os 14 anos. Após a separação dos pais, mudou-se com a mãe para Ampére, também no Paraná. Nos últimos anos, passou por São Paulo e morava em Caxias do Sul (RS) quando decidiu, de forma repentina, se alistar voluntariamente para lutar na Ucrânia, apesar de não possuir experiência anterior em combate. Ele partiu para a zona de conflito no dia 3 de março de 2025 e faria 30 anos em julho.
O comunicado oficial das autoridades ucranianas informa que Wagner está desaparecido desde o dia 15 de junho. Após 10 dias sem contato, os protocolos militares admitem a possibilidade de óbito. A família conseguiu confirmar a morte de forma informal, por meio de conversas com combatentes brasileiros e ucranianos que atuavam ao lado dele.
A mãe, Maria de Lurdes, foi notificada oficialmente e agora tenta viabilizar o traslado dos restos mortais ao Brasil, mas enfrenta burocracia e falta de informações detalhadas. A legislação ucraniana prevê subsídio financeiro às famílias de combatentes mortos, mas o processo depende de documentação e apoio diplomático.
Amigos e familiares relatam que Wagner mantinha contato esporádico por redes sociais, compartilhando fotos com colegas e comentando sobre as dificuldades no campo de batalha. A última mensagem foi pouco antes de desaparecer.
A situação comoveu a comunidade de Ampére e levanta discussão sobre a presença de brasileiros em conflitos armados internacionais, especialmente em zonas de guerra sem estrutura de apoio e alto risco de morte.
A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em fevereiro de 2022 e permanece intensa em 2025, com o uso crescente de drones, ataques aéreos e ofensivas simultâneas. A situação no leste da Ucrânia continua crítica, com grande número de baixas e cenário humanitário alarmante.